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segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Técnica de plantio em palha reduz necessidade de irrigação e adubação


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O cultivo em palha traz várias vantagens sobre o sistema convencional
Foto: Renato Perez/Sesc/Divulgação
Uma técnica de plantar, que diminui as necessidades de irrigação e adubação das plantas para quem tem pouco tempo de cuidar de pequenas hortas urbanas, está tendo boa receptividade em São Paulo. Trata-se do cultivo em palha, que além das vantagens acima possibilita deixar os recipientes das plantas mais leve, podendo ser deslocados facilmente.

Em uma oficina realizada este final de semana no Sesc Vila Mariana, na capital paulista, o público pôde conhecer essa nova forma de plantar. “É uma técnica muito interessante, de baixa manutenção. A palha é um material que consegue reter bastante umidade, e que não requer rega diária. Além disso, por ser uma matéria orgânica, que entra em decomposição junto com o composto orgânico, diminui muito a manutenção da adubação também”, explicou Julhiana Costal, permacultora do ArboreSer, espaço agroecológico que dissemina práticas de plantio.

“Percebemos cada vez mais a insatisfação das pessoas com o que está sendo oferecido para elas nos mercados e nas feiras. Quanto mais as pessoas têm acesso à informação do grau de contaminação que está o nosso alimento, mais elas querem retornar ao processo de cultivar, se tornar um agente participativo também do meio de produção do nosso alimento”, disse Julhiana.
As pessoas podem encontrar palha no final de feiras, já que os feirantes a utilizam para embalar as frutas e depois descartam
Por conta disto, a agricultura urbana vem conquistando cada vez mais interessados dentro do contexto da agroecologia e do consumo de produtos sem agrotóxicos. Afinal, por meio de hortas urbana, é possível ter uma alimentação mais saudável e até gerar renda. Essas hortas podem estar diretamente no solo, em canteiros suspensos ou em vasos.

Diferente da agricultura tradicional, muitas vezes, as pessoas não têm conhecimento técnico nem muito tempo disponível para cuidar do plantio. A técnica de plantar em palha diminui a necessidade de irrigação e adubação para quem tem pouco tempo para cuidar da horta, além de deixar o recipiente leve, podendo ser deslocado facilmente.

Segundo Julhiana Costal, as pessoas podem encontrar palha no final de feiras, já que os feirantes a utilizam para embalar as frutas e depois descartam. “Geralmente fazemos [o plantio com palha] em caixotes de madeira, que ficam muito leves. Quando vamos fazer o manejo, é muito fácil mudar de lugar,inclusive para colocar em lajes, telhados e em lugares que não podem ter sobrepeso”, disse.

Muito agrotóxico
Ela disse que muitas das pessoas que procuram a agricultura urbana estão preocupadas com o consumo de alimento sem agrotóxico. “Estamos em um momento em que nos desconectamos do meio de produção do alimento, temos consumido muito alimento que vem de uma agricultura convencional, cheia de veneno, de agrotóxico. Cada brasileiro está consumindo sete litros por ano [de agrotóxico]. Então, acreditamos que o resgate do ato de plantar traz muitos benefícios”, disse.
Além disso, a permacultora comentou que a agricultura traz benefícios para a cidade. “Hoje temos nas cidades áreas que são quase ilhas de calor. Então, quando você planta uma horta, você ajuda a melhorar muito o microclima desse espaço, você diminui o calor, aumenta a biodiversidade. Hoje estamos muito dependentes do campo e, quando começamos a plantar na cidade, a aumentar a produção de alimento no meio urbano, também aumentamos a resiliência da cidade”, avaliou.
A oficina de plantio em palha vai acontecer também no próximo dia 27 de agosto no Sesc Vila Mariana, na capital paulista, às 11h. A atividade é gratuita e a retirada de ingressos começa uma hora antes.
(Por Camila Boehm, da Agência Brasil)

terça-feira, 11 de junho de 2013

Plantio Direto - Sistema conservacionista garante fertilidade integral do solo

 
Com a aproximação da próxima safra, chega o momento de os agricultores gaúchos voltarem a atenção para o solo. Enquanto alguns o revolvem, incorporando os restos de palha e vegetais, grande parte opta pelo plantio direto (PD), prática da agricultura conservacionista que, quando empregada corretamente, garante a saúde do terreno em longo prazo. 

Em 73% da área de grãos das regiões de Erechim, Ijuí e Passo Fundo, o plantio é realizado por meio desta técnica. É o caso do agricultor e agente do CR Cleisson Affonso Gottardo, de Jacutinga, que cultiva 20 hectares de soja e outros 20 hectares com milho, na localidade de Boa Esperança. “Introduzi o sistema de plantio direto na safra 1988/1989”, diz Gottardo ao CR.
Com este método de semeadura, opta-se por manter os resíduos e revolver o solo apenas nos pontos onde são depositadas as sementes, de forma a evitar a exposição direta à ação do sol e da chuva. Em terreno desnudo, em dias de sol, a temperatura da superfície pode atingir até 55ºC, perdendo mais água por evaporação e chegando a déficits hídricos mais rápidos do que no PD. Com a retirada da palha, a água escorre com mais facilidade, o que favorece a erosão”, alerta o agrº e doutor em solos da Emater/RS, Edemar Streck.
Outro produtor, Eivar Rissee, de Passo Fundo, conta que a produtividade da lavoura melhorou substancialmente depois que passou a empregar o plantio direto. Ele ressalta a importância de manter a cobertura vegetal. “A palha protege o solo e evita a erosão”, destaca.

Perpetuar - Apesar de aparentemente simples, para que seja efetivo e se perpetue, o PD precisa ser acompanhado de cuidados, como a rotação de culturas, o terraceamento, o plantio em contorno e a manutenção da cobertura vegetal. “Para perpetuar o PD, o agricultor deve adotar todo o sistema que permite manter a fertilidade integral do solo, química, física e biologicamente”, frisa o pesquisador da Embrapa Trigo, José Eloir Denardin.
Para se obter esta fertilidade, não basta fornecer somente os nutrientes às plantas. “É preciso que o solo esteja fisicamente saudável, de forma que as raízes consigam penetrar em profundidade para retirar água e incorporar a matéria orgânica”, explica Denardin.
Para que isto seja possível, o PD deve ir além de dois preceitos básicos: revolver o solo apenas nos pontos onde serão depositadas as sementes e manter a cobertura vegetal. “É preciso que haja diversificação de espécies, por meio da rotação ou consorciação de culturas, minimização do intervalo entre colheita e semeadura, objetivando estabelecer um processo contínuo”, enumera Denardin.
Já Streck observa que, quando o produtor que opta pelo PD e não adota todos estes cuidados, o resultado pode ser a erosão. “O plantio direto realizado no RS é de qualidade indesejada, com pouca palha e sem terraceamento, o que causa erosão”, avalia. Para reverter este quadro, é fundamental não restringir o PD ao abandono do preparo do solo. “Ele precisa vir acompanhado da adoção de todo o sistema de uso, manejo e conservação de solo”, conclui.

Técnica corresponde a 70% das lavouras de grãos


O Sistema de Plantio Direto na Palha (SPDP) no Brasil é adotado em 32 milhões de hectares, ou 70% das lavouras de grãos, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O cultivo da soja é o principal, com 61%, seguido do milho 1ª safra (16,1%) e 2ª safra (14,3%) e do trigo, com 7% da área.
Trazido para o Brasil nos anos 1970, o plantio direto já era utilizado há 10 anos nos Estados Unidos. A técnica, que usa a palha restante da colheita anterior como método de evitar a erosão recorrente com as chuvas, ganha força atualmente. “A ideia de plantar sem mexer no solo era utopia. O que fiz foi imitar a natureza, que deixa cair suas folhas para beneficiar a terra”, relata Herbert Arnold Bartz, introdutor do SPDP no Brasil.
O sistema saiu da lavoura de grãos e é aplicado no cultivo de hortaliças e até de cana-de-açúcar. E pode ir além. “Tenho certeza de que é possível recuperar áreas degradadas. Com o plantio direto não destruímos mais a terra, conseguimos construí-la”, afirma Bartz ao CR.
Em Santa Catarina, produtores do Oeste do Estado adotoram o sistema de plantio direto no cultivo de tomate. Em São Marcos, alhicultores desenvolveram novo sistema para o plantio do bulbo, intruduzindo aveia e, após 45 dias, plantam o alho. Longe dos holofotes, o plantio direto favorece a vida de micro- organismos do solo.

Solos - Para verificar os benefícios da utilização do sistema de plantio em camadas mais profundas do solo, quando comparado ao plantio convencional, foi conduzido um estudo na Embrapa Soja, sediada em Londrina (PR), em várias camadas de solo até a profundidade de 60 centímetros.
O grupo de pesquisa avaliou os níveis de carbono (C) e de nitrogênio (N) da matéria orgânica, além da biomassa microbiana, que contabiliza toda a massa de micro-organismos do solo, em uma camada de 0-60 cm de solo. Em comparação com o plantio convencional, o plantio direto aumentou os estoques de C (18%) e de N (16%) da matéria orgânica do solo, bem como o C (35%) e o N (23%) contidos na biomassa microbiana. O ganho do plantio direto, em comparação com o plantio convencional foi de 800 kg de C/hectare/ano. Na avaliação da Embrapa, esses resultados representam um subsídio importante para os agricultores negociarem créditos de C pela adoção do plantio direto.

fonte correio riograndense

segunda-feira, 10 de junho de 2013

De louco a gênio e doutor, Herbert Arnold Bartz



Há 40 anos Herbert Bartz adotou o plantio direto, sistema usado hoje em 70% da área de grãos

Tachado de louco, um agricultor de Santa Catarina revolucionou o plantio no Brasil. Seu nome: Herbert Arnold Bartz, 76 anos, que acaba de receber o título de Doutor Honoris Causa, concedido pela Universidade Estadual de Londrina, em 30 de abril. “Eu nem tenho diploma universitário e me homenagearam com título de doutor”, comenta.
Na década de 70, quando a erosão causava perda média anual de solo de 20 toneladas por hectare no país, Bartz introduziu o sistema de plantio direto na palha (SPDP). Inconformado com a perda de terras férteis para a erosão, em sua propriedade em Rolândia, no Paraná, o agricultor viajou à Europa e aos EUA em busca de um sistema que permitisse a conservação do solo.

Quando começou a plantar sem retirar da terra a palha da safra anterior, foi tachado de louco. Hoje o plantio direto está em 85% da área plantada no país. “A história da agricultura brasileira, sobretudo do cultivo de commodities, pode ser dividida em antes e depois do plantio direto”, defende Henrique Debiasi, da Embrapa Soja.
Depois de 40 anos, experiência é uma das bases da agricultura sustentável no Brasil. “Essa foi a maior revolução agrícola do final do milênio, porque retira o gás carbônico da atmosfera e o retém no solo, transformando-o em matéria orgânica”, avalia a Embrapa.

Técnica - A técnica dispensa o revolvimento da terra com o uso de grades e arados e trabalha com rotações de culturas, aumentando a matéria orgânica. A semeadura é feita na palha da cultura anterior, o que impede a queima da área. Sem a massa vegetal queimada, o dióxido de carbono (CO2) não é liberado.
Com o plantio direto, estima-se a ampliação da área atual em 8 milhões de hectares da Agricultura de Baixo Carbono (ABC), passando de 25 milhões para 33 milhões de hectares, em menos de 10 anos. Esse acréscimo vai permitir a redução da emissão de 16 a 20 milhões de toneladas de CO2 equivalentes.
Além disse, o plantio direto é exemplo de agricultura conservacionista, com preservação da qualidade dos recursos naturais, como água e solo. “Preservamos o solo e conseguimos fazer com que praticamente não se fale em erosão. A água que sai das lavouras para os rios é limpa, sem lama”, enfatiza José Eloir Denardin, pesquisador da Embrapa Trigo. O local de plantio também é beneficiado com maior número de nutrientes.

É o melhor sistema, diz a FAO



A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação reconhece o plantio direto como o melhor sistema de produção agrícola. O Brasil é líder mundial no uso da tecnologia e tem colaborado na difusão desse sistema em países da África, Europa e Ásia.
No Brasil, de 48 milhões de hectares ocupados pelas plantações só de grãos, mais de 30 milhões são pelo plantio direto (ver quadro). A maior parte está concentrada na região Sul, com cinco milhões de hectares no Paraná. “O PD possibilitou o desenvolvimento de tecnologias e sistemas de produção, que resultaram na competitividade e eficiência da agricultura e pecuária”, disse o agrº Carlos Pitol.


Herbert Arnold Bartz, o pioneiro


O catarinense de Rio do Sul Hebert Arnold Bartz, 76 anos, foi chamado de “alemão louco e cabeça dura”. Hoje é exemplo no Brasil e exterior. Assim pode ser resumida a trajetória do pioneiro do plantio direto na palha no país (PDP). “Sempre fui teimoso. Em condições normais, talvez seja defeito. Para mim foi decisivo para pesquisar e dar continuidade ao PD”, enfatiza.
Tudo começou em 1960, quando Bartz arrendou a propriedade do pai para enfrentar as adversidades climáticas e operacionais que colocavam a fazenda Rhenânia, em Rolândia (PR), em risco. Expandiu a produtividade e arrendou terras para criar porcos, plantar milho, arroz, trigo e soja. Porém, com o desafio da erosão, saiu em busca de um sistema de plantio capaz de solucionar a perda de solo.
Em 1972, viajou para os Estados Unidos e visitou a propriedade de Harry Young, pioneiro americano do PD. O conhecimento e a constatação técnica lhe renderam o apelido de louco. “Novas tecnologias começaram a mudar o cenário do plantio direto, em 1976, na região dos Campos Gerais do Paraná. Os produtores Nonô Pereira e Franke Dijkstra percorriam caminhos paralelos ao de Bartz, buscando conhecimento nos EUA.

fonte correio riograndense

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