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segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

O solo é vivo e responsável pelos serviços ecossistêmicos necessários à vida

Fonte: EMBRAPA

Foto: FAO
FAO - Esquema mostra as funções do solo
Esquema mostra as funções do solo
Nas escolas aprendemos que o solo é abiótico. E ainda hoje muitas pessoas veem o solo como um material sem vida e, muitas vezes, sem importância. Essa ideia ignora que o solo dá suporte à vida e, em consequência, é a base de todos os sistemas de produção vegetal e pecuária para fornecimento à sociedade de alimentos, medicamentos, fibras, madeira e combustíveis. Mas, as funções do solo e seus serviços vão além desses produtos. Precisamos nos aproximar e observar melhor para compreender esses serviços essenciais que o solo fornece à sociedade: os serviços ecossistêmicos.
“Primeiro é necessário reconhecer que o solo é um sistema complexo, formado por minerais, matéria orgânica, ar, água, micro e macrorganismos”, revela a pesquisadora Elaine Fidalgo, da Embrapa Solos (Rio de Janeiro, RJ) “E esse sistema está em processo constante de formação, um processo lento e essencial para a sua manutenção e renovação” completa Elaine.

O que está embaixo
No solo ocorrem a ciclagem e o armazenamento de nutrientes necessários ao desenvolvimento das plantas. O solo também é um imenso reservatório de água, sendo fundamental no processo de abastecimento do lençol freático e de aquíferos. Além da função de reservatório, o solo exerce a função de filtro de água, liberando-a com boa qualidade para os corpos de água superficiais e subterrâneos, garantindo a vida.
O solo abriga micro e macroorganismos, que compõem a sua biodiversidade e participam de processos essenciais como, por exemplo, a ciclagem de nutrientes e a decomposição de resíduos e poluentes, além de contribuírem para a absorção de água e nutrientes pelas plantas, como é o caso dos fungos micorrízicos, e para a nutrição das plantas, como ocorre na fixação biológica do nitrogênio (FBN). No Brasil, graças ao processo de FBN, a inoculação – adição de rizóbios às sementes de soja no momento da semeadura – substitui totalmente a necessidade do uso de adubos nitrogenados nas lavouras de soja, com uma economia anual para o país de 11 bilhões de dólares por ano. Avança a cada dia o conhecimento sobre o papel dos organismos do solo e de seu potencial para diferentes usos, dentre os quais sua contribuição no controle de doenças e patógenos,
O estoque de carbono no solo é mais de duas vezes superior ao da atmosfera e também duas vezes superior ao contido na vegetação, sendo considerado o maior reservatório de carbono do nosso ecossistema. O carbono armazenado é proveniente da mineralização do carbono orgânico e, assim sendo, contribui com a regulação da composição dos gases da atmosfera.
“A fim de manter a qualidade do solo para que ele possa contribuir com o sequestro de carbono para minimizar os potenciais efeitos das mudanças climáticas, é preciso valer-se de sistemas de uso do solo que sempre tenham plantas em crescimento, como pastagem permanente; sucessão de sistemas de culturas, de preferência consórcios, sem lacunas entre safras e sistemas integrados de produção”, lembra Fabiane Vezzani, professora do
Departamento de Solos e Engenharia Agrícola da Universidade Federal do Paraná.
Desse modo, a manutenção da qualidade do solo a partir de usos e manejos do solo que contribuem com o sequestro de carbono pode minimizar os potenciais efeitos das mudanças climáticas.

Degradação e conservação
A degradação do solo leva à perda dos seus nutrientes, da biodiversidade e do carbono estocado, com emissão de gases de efeito estufa para a atmosfera. De acordo com dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), a cada ano se perdem mais de 20 bilhões de toneladas de solos no mundo devido à erosão, o que equivale a mais de três toneladas de solo por pessoa.
“Para manter a qualidade do solo é importante minimizar o seu revolvimento, pelo plantio direto ou preparo mínimo do solo, fazer rotações de culturas e aumentar a entrada de resíduos vegetais no sistema, principalmente pelo uso de plantas de cobertura com alta produção de matéria seca, como é o caso da braquiária, por exemplo” indica Ieda de Carvalho Mendes, pesquisadora da Embrapa Cerrados (Planaltina-DF). Por integrarem cultivos anuais com a presença de animais, os sistemas integrados lavoura pecuária são excelentes opções para aumentar a qualidade do solo, favorecendo sua atividade biológica, aumentando os estoques de carbono e mitigando gases de efeito estufa.
O solo faz parte de todos os habitats terrestres, além de ser o suporte para toda a infraestrutura necessária à ocupação humana e suas atividades. É sobre o solo que são construídas as moradias, as indústrias e as rodovias, e também onde desenvolvemos atividades, não apenas de produção econômica, mas também de lazer, estéticas, educacionais, espirituais e científicas. E no solo ainda encontramos registros arqueológicos de ocupação terrestre e de civilizações. “Todos os benefícios aportados pelo solo à sociedade representam os seus bens e serviços ecossistêmicos, essenciais para a vida e para a qualidade de vida” ressalta Elaine Fidalgo.
O solo é a base para a nossa vida e das outras espécies animais e vegetais. A perda dos serviços ecossistêmicos representa um imenso custo. É preciso colocar o solo no centro de debates, do ensino escolar à elaboração das políticas públicas, é necessário dar o devido valor a esse importante recurso natural.

A pesquisa de serviços ecossistêmicos do solo na Embrapa
A Embrapa realiza diversas pesquisas, visando analisar as funções e os serviços ecossistêmicos do solo e como ele responde aos impactos das atividades antrópicas, principalmente da agropecuária.
“Temos desenvolvido atividades para avaliar as propriedades do sistema solo-planta-organismos que permitem a análise das funções e serviços ecossistêmicos de sistemas agropecuários”, conta Fabiane Vezzani, sobre as atividades da Embrapa e parceiros no Paraná, um estado de forte tradição agrícola. As avaliações incluem estoque de carbono no solo e na vegetação; taxas de ciclagem de nutrientes; conservação da água, do solo e da biodiversdidade; produção de alimentos e madeira. Além disso, o trabalho avança na valoração dos serviços ecossistêmicos prestados pelos sistemas de produção avaliados.
Esses estudos estão sendo desenvolvidos pela rede de pesquisa Serviços Ambientais na Paisagem Rural. Muitos trabalhos já foram publicados e muitos outros estão em andamento. Para saber mais a respeito basta acessar o Espaço Temático de Serviços Ambientais na Embrapa em: https://www.embrapa.br/tema-servicos-ambientais.
A Revista Pesquisa Agropecuária Brasileira (PAB) lançou em 2016 um número especial sobre o solo “O solo como fator de integração entre os componentes ambientais e a produção agropecuária”: https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia/17163861/revista-pab-lanca-numero-tematico-sobre-solos. Nesse número foi apresentado um artigo específico de serviços ecossistêmicos: “Panorama atual e potencial de aplicação da abordagem dos serviços ecossistêmicos do solo no Brasil” que pode ser acessado em http://dx.doi.org/10.1590/s0100-204x2016000900002.
Carlos Dias (20.395 MTb RJ)
Embrapa Solos

Telefone: (21) 2179-4578
Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Preparo do solo - Preparing the soil - #permacultura





Neste episódio, Ernst Götsch discute os malefícios do fogo no preparo da área para a plantação - prática comum em situações como aquela. A matéria orgânica resultante da roçagem é organizada em ninhos que, nos próximos episódios, receberão o conjunto de sementes e mudas. Solo coberto e protegido é o primeiro dos passos do sistema de Ernst Götsch que garantem a fertilidade do solo. Sucessão de espécies, consórcios complexos e dinâmica de podas irão, em pouco tempo, promover a transformação e a formação de terra mais fértil do que a inicialmente encontrada.

In this episode, Ernst Götsch argues the harms of using fire to prepare the area for planting - a common practice in situations like that. The organic matter from mowing is organized in nests that, in coming episodes, will receive seeds and seedlings. Covered and protected soil is the first step of Götsch's system that ensure its fertility. Succession of species, complex consortia and pruning will soon transform the area and promote the formation of more fertile land than originally found.

terça-feira, 11 de junho de 2013

Plantio Direto - Sistema conservacionista garante fertilidade integral do solo

 
Com a aproximação da próxima safra, chega o momento de os agricultores gaúchos voltarem a atenção para o solo. Enquanto alguns o revolvem, incorporando os restos de palha e vegetais, grande parte opta pelo plantio direto (PD), prática da agricultura conservacionista que, quando empregada corretamente, garante a saúde do terreno em longo prazo. 

Em 73% da área de grãos das regiões de Erechim, Ijuí e Passo Fundo, o plantio é realizado por meio desta técnica. É o caso do agricultor e agente do CR Cleisson Affonso Gottardo, de Jacutinga, que cultiva 20 hectares de soja e outros 20 hectares com milho, na localidade de Boa Esperança. “Introduzi o sistema de plantio direto na safra 1988/1989”, diz Gottardo ao CR.
Com este método de semeadura, opta-se por manter os resíduos e revolver o solo apenas nos pontos onde são depositadas as sementes, de forma a evitar a exposição direta à ação do sol e da chuva. Em terreno desnudo, em dias de sol, a temperatura da superfície pode atingir até 55ºC, perdendo mais água por evaporação e chegando a déficits hídricos mais rápidos do que no PD. Com a retirada da palha, a água escorre com mais facilidade, o que favorece a erosão”, alerta o agrº e doutor em solos da Emater/RS, Edemar Streck.
Outro produtor, Eivar Rissee, de Passo Fundo, conta que a produtividade da lavoura melhorou substancialmente depois que passou a empregar o plantio direto. Ele ressalta a importância de manter a cobertura vegetal. “A palha protege o solo e evita a erosão”, destaca.

Perpetuar - Apesar de aparentemente simples, para que seja efetivo e se perpetue, o PD precisa ser acompanhado de cuidados, como a rotação de culturas, o terraceamento, o plantio em contorno e a manutenção da cobertura vegetal. “Para perpetuar o PD, o agricultor deve adotar todo o sistema que permite manter a fertilidade integral do solo, química, física e biologicamente”, frisa o pesquisador da Embrapa Trigo, José Eloir Denardin.
Para se obter esta fertilidade, não basta fornecer somente os nutrientes às plantas. “É preciso que o solo esteja fisicamente saudável, de forma que as raízes consigam penetrar em profundidade para retirar água e incorporar a matéria orgânica”, explica Denardin.
Para que isto seja possível, o PD deve ir além de dois preceitos básicos: revolver o solo apenas nos pontos onde serão depositadas as sementes e manter a cobertura vegetal. “É preciso que haja diversificação de espécies, por meio da rotação ou consorciação de culturas, minimização do intervalo entre colheita e semeadura, objetivando estabelecer um processo contínuo”, enumera Denardin.
Já Streck observa que, quando o produtor que opta pelo PD e não adota todos estes cuidados, o resultado pode ser a erosão. “O plantio direto realizado no RS é de qualidade indesejada, com pouca palha e sem terraceamento, o que causa erosão”, avalia. Para reverter este quadro, é fundamental não restringir o PD ao abandono do preparo do solo. “Ele precisa vir acompanhado da adoção de todo o sistema de uso, manejo e conservação de solo”, conclui.

Técnica corresponde a 70% das lavouras de grãos


O Sistema de Plantio Direto na Palha (SPDP) no Brasil é adotado em 32 milhões de hectares, ou 70% das lavouras de grãos, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O cultivo da soja é o principal, com 61%, seguido do milho 1ª safra (16,1%) e 2ª safra (14,3%) e do trigo, com 7% da área.
Trazido para o Brasil nos anos 1970, o plantio direto já era utilizado há 10 anos nos Estados Unidos. A técnica, que usa a palha restante da colheita anterior como método de evitar a erosão recorrente com as chuvas, ganha força atualmente. “A ideia de plantar sem mexer no solo era utopia. O que fiz foi imitar a natureza, que deixa cair suas folhas para beneficiar a terra”, relata Herbert Arnold Bartz, introdutor do SPDP no Brasil.
O sistema saiu da lavoura de grãos e é aplicado no cultivo de hortaliças e até de cana-de-açúcar. E pode ir além. “Tenho certeza de que é possível recuperar áreas degradadas. Com o plantio direto não destruímos mais a terra, conseguimos construí-la”, afirma Bartz ao CR.
Em Santa Catarina, produtores do Oeste do Estado adotoram o sistema de plantio direto no cultivo de tomate. Em São Marcos, alhicultores desenvolveram novo sistema para o plantio do bulbo, intruduzindo aveia e, após 45 dias, plantam o alho. Longe dos holofotes, o plantio direto favorece a vida de micro- organismos do solo.

Solos - Para verificar os benefícios da utilização do sistema de plantio em camadas mais profundas do solo, quando comparado ao plantio convencional, foi conduzido um estudo na Embrapa Soja, sediada em Londrina (PR), em várias camadas de solo até a profundidade de 60 centímetros.
O grupo de pesquisa avaliou os níveis de carbono (C) e de nitrogênio (N) da matéria orgânica, além da biomassa microbiana, que contabiliza toda a massa de micro-organismos do solo, em uma camada de 0-60 cm de solo. Em comparação com o plantio convencional, o plantio direto aumentou os estoques de C (18%) e de N (16%) da matéria orgânica do solo, bem como o C (35%) e o N (23%) contidos na biomassa microbiana. O ganho do plantio direto, em comparação com o plantio convencional foi de 800 kg de C/hectare/ano. Na avaliação da Embrapa, esses resultados representam um subsídio importante para os agricultores negociarem créditos de C pela adoção do plantio direto.

fonte correio riograndense

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